sábado, 7 de junho de 2008

NOVIDADES NA RELIGIÃO CATÓLICA

Dizia minha avó, que “o tempo sempre traz a verdade dos fatos”. Lembrei-me dessa citação ao tomar conhecimento da fascinante história do chamado Evangelho de Judas, documentos com mais de mil e setecentos anos encontrados numa caixa de pedra, lá pelos idos de1978.

Após longo périplo por estranhos caminhos que incluíram, até, uma briga de amantes onde pelo menos duas de suas folhas foram rasgadas pela mulher enfurecida pelas atitudes – ou falta de - do milionário detentor dos preciosos documentos, eis que chegam ao conhecimento do público com o sensacionalismo justificado pela participação em sua compra, da National Geographic que tem, além da famosa revista, um canal de TV a cabo.

Por eles, Judas não foi nada daquilo que aprendemos pela vida afora. Pelo contrário. Seria o mais próximo seguidor de Jesus e a quem coube a incumbência de, ordenado por Ele, fazer com que o Cristo fosse preso e executado, permitindo que “o espírito se soltasse do corpo que O aprisionava e pudesse seguir com Sua missão”.

Tal Evangelho, segundo os respeitados estudiosos que falaram a seu respeito,não era uma peça a ser levada ao conhecimento do público – nós - mas, sim, um documento para estudos mais adiantados do Cristianismo, cujas diversas correntes acabaram esquecidas ou destruídos pela Igreja Apostólica Romana.

Notem: Igreja Romana. Se, afinal, o Cristianismo surgiu e teve suas raízes plantadas pelas bandas do Oriente Médio e de lá se expandiu para o resto do mundo, por que Igreja Romana?

Teria algo a ver com os interesses políticos que nos trouxeram uma Bíblia constituída por Evangelhos que tinham por objetivo inocentar os romanos das atrocidades cometidas contra Jesus, culpando, assim, ao povo judeu sob cuja crença o Cristo nascera? Pode ser... Na verdade, ainda quase nada sabemos sobre o intrincado caminho trilhado pelo Cristianismo de seu início até bem pouco tempo, já que verdades definitivas se perderam por culpa daqueles que temiam a perda do poder caso o povo acessasse alguma coisa chamada cultura. Só agora, na era das pesquisas e questionamentos, podemos colocar sobre a mesa nossas dúvidas e contestações sem o perigo de condenações à fogueira da Inquisição.

Concordo que esses gestos extremos não são propriedades exclusivas do Catolicismo. Haja vista o Islã no Oriente Médio. Mais jovem seiscentos anos que o Cristianismo, estaria hoje passando pela fase Inquisitória do Século XV, não levássemos em conta a comunicação global do mundo moderno, malgrado saibamos das censuras a que se submetem os países mulçumanos daquele canto do mundo. De qualquer forma, para estudiosos observadores, é um excelente prato sua comparação com o que pregava a Igreja dos anos de 1400.

Quanto ao Evangelho de Judas, embora cercado pelo sensacionalismo dos meios de comunicação, deve ser alvo de estudos mais aprofundados – já prontamente rejeitados pelas autoridades eclesiásticas do Vaticano - para podermos aquilatar se realmente nos traz informações que, se confirmadas, têm a possibilidade de estremecer com as bases em que se apóia a Igreja Católica.

Como dizia minha avó, “o tempo dirá”.

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