O silêncio a minha volta, encheu-me de medo. As recordações das quais tentava fugir voltaram aos turbilhões e eu, que tanto as evitara, senti-me reconfortado em tê-las junto a mim, enquanto a escuridão tomou conta de tudo.
O barulho dos grilos, os rumores das águas de um córrego que não via, o farfalhar das folhas, tudo aquilo que sempre considerava poético inspirava-me uma angústia terrificante.
Procurei inutilmente por um cigarro. Olhei em torno, em vão, tentando identificar entre as sombras, um vulto amigo que me desse atenção. O desespero tomou conta de mim. Levantei-me e corri, arranhando-me nos espinhos e galhos invisíveis da minha loucura.
Finalmente caí. Senti meus lábios febris tocarem em outros que, aos poucos, foram devolvendo a resistência e a vontade de viver ao meu corpo frio. Lutei contra a vontade que me impelia para o abismo do não-sei-onde e, com minhas últimas forças, gritei.
Um grito vindo do fundo do peito que expulsou todo o mal que me cercava e espantou a morte, dama que já podia ser vista no horizonte acinzentado daquele delírio. E assim abri meus olhos. Ainda te beijando, dormi o sono da tranqüilidade, que há muito não conhecia.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
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