segunda-feira, 27 de julho de 2009

A NOIVINHA

Aliança na mão direita, que tenta exibir qual bandeira solta ao vento, lá vai ela, quase menina, com um sorriso íntimo de vitória.
No mundo de compras do enxoval, um sonho específico e carinhoso para cada peça. No telefone que toca, a esperança de ouvir a voz do amado. No travesseiro das noites insones, planos para o futuro.
Sabe que nem tudo serão rosas, mamãe já disse. Sabe que a briga pela sobrevivência não será fácil, sem o papai para pensar por ela. Tem consciência disso, entretanto. Enfrenta a vida, o céu e a morte pela sua realização: casar e ter filhos, ser a dona da casa e do seu nariz.
Sinceramente, invejo sua coragem quase irresponsável, idêntica à dos heróis de capa e espada, de ir em frente na busca de um ideal, nada mais importando para isso. Nós, mais calejados, sabedores dos dramas que a vida reserva na convivência a dois, rezamos para que a quase-menina se imponha a tudo e a todos, sejam quais forem os sacrifícios a serem superados para, com inteligência e o amor que traz em si, manter o mesmo sorriso e os mesmos sonhos que a farão vitoriosa pela eternidade.
Amém.

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