Em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, um vendedor ambulante comenta:
- Crise? Que crise, m´eirmão... Tô vendendo minhas bijuterias que nem água... Passou o Natal e, ó, continuo no mermo ritmo. Se bobear, até contrato mais gente pra fabricar as peças.
Numa cobertura no Leblon, bairro de classe média alta (continuo insistindo: por que rico se intitula desse jeito? ) um grupo toma um uísque admirando a lua que reflete sua luz sobre o mar:
- Crise? Até agora não me afetou, diz um deles. Investi certo e nunca dei ouvidos aos “cantos de sereias” que volta-e-meia surgem no mercado financeiro. Dinheiro fácil, da mesma forma que surge, desaparece. Prefiro navegar em águas calmas a surfar em altas ondas. Quem tem equilíbrio e sabe analisar com frieza, não vai se preocupar nunca.
O empregado que serve aos ricaços, é primo do empresário camelô lá de Madureira. É claro que chega à conclusão de que a tal crise não passa de uma babaquice de um monte de otários espalhados pelo mundo.
Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Na verdade, muita gente séria aconselhada por seus agentes financeiros, viu nas propostas dos bancos bons investimentos cujas bases, entretanto, inexistiam e desabaram quando a verdade apareceu.
Afinal, eram ofertas de negócios de que a metade do mundo aceitou entrar e jamais poderia deixar de levar em conta o passado de seriedade e a segurança de tais instituições. Quando veio a derrocada, fortunas se tornaram pó.
E agora, para onde vai o mundo? As notícias são terríveis para as grandes potências e nem tanto assim para o Brasil, seguindo os analistas e o próprio Presidente Lula.
A nós, humilde maioria da população, nada há a fazer se não deixar o tempo passar e torcer para que nossos empregos se mantenham incólumes ao desespero que nos chega através das notícias da TV.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
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